Codese entregará aos candidatos à prefeitura de Goiânia documento com propostas e diretrizes para melhorias na capital
O sonho de ter uma Goiânia melhor, com mais oportunidades e qualidade de vida uniu mais de 40 associações da sociedade civil organizada, dos mais diversos segmentos, com objetivo de trazer melhorias a longo prazo para a capital. Para centralizar e organizar o propósito, foi fundado o Conselho de Desenvolvimento Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese), atualmente presidido por Renato de Sousa Correia.
De acordo com o presidente, o propósito maior é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Goiânia ao 10° lugar até 2033, ocasião em que a capital completa 100 anos. Atualmente o município ocupa a 45ª posição. Para isso, o Codese conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO, Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), dentre outros.
A fundação do Conselho ocorreu em junho de 2015, entretanto, desde 2012 acontecem reuniões e debates sobre os caminhos que devem ser tomados para que Goiânia ofereça melhores condições de moradia, subsistência e comércio.
O presidente do SecoviGoiás, Ioav Blanche, participa do dia a dia do Conselho desde o início e compreende as deficiências infraestruturais da cidade. “Goiânia foi projetada para 50 mil habitantes, mas hoje abrange mais de 1 milhão e 300 mil. Isso aconteceu sem que houvesse planejamento adequado. O Codesi quer estudar e propor mudanças para ajudar na integração do sistema viário e, mais do que isso, quer uma nova cidade”.
Propor alterações e caminhos eficazes é uma tarefa árdua. Felizmente existe no país bons exemplos a serem seguidos. O presidente do Codese buscou inspiração no projeto Futuro da Minha Cidade, liderado pela Câmara Brasileira de Indústria e Construção (Cbic). A proposta, por sua vez, é inspirada pelo case de Maringá. “Esse case foi um sucesso por mobilizar a sociedade civil organizada junto ao poder público. Essa contribuição refletiu diretamente no crescimento da qualidade de vida de Maringá. No intuito de evitar o que temos percebido no quesito políticas públicas, como interrupções de projetos, propomos soluções de continuidade a longo prazo. Por isso aderimos ao programa Futuro Minha Cidade e fundamentos o Codese”, revela Renato.
Para que o IDH da capital das flores possa aumentar, é preciso focar na saúde, renda e edução. Por isso a Codese desenvolveu projetos ligados a esses três pilares. “Contratamos um estudo econômico junto a Tendências Consultoria que mapeou as locações de Goiânia. Para atender cada demanda, criamos câmaras técnicas dentro do Codese. Vários especialistas se reúnem e discutem sobre o que deve ser feito naquela área de médio e longo prazo”.
As câmaras técnicas reúnem especialistas de polos específicos, como a saúde, tecnologia, logística e desenvolvimento urbano. “Desde junho de 2015 estamos trabalhando nesses projetos, a primeira etapa terminou dia 30 de junho. Agora eles serão compilados em diretrizes e entregues aos pré-candidatos à prefeitura de Goiânia”, garante Renato .
Para o presidente do SecoviGoiás, a união de mais de 40 entidades com objetivo de buscar melhorias para a cidade é um fato que merece ser comemorado. “Com base no IDH sabemos onde Goiânia precisa crescer, e um dos meios é melhorar a gestão pública. Por isso precisamos investir. Fizemos estudos econômicos e traremos pessoas especialistas em gestão pública para reverter o quadro atual”, comenta.
O documento com propostas e diretrizes produzido pela Codese busca na parceria junto ao poder executivo permitir o crescimento econômico da cidade. A proposta possui aproximadamente 200 páginas e traz detalhes de mais de 20 modalidades que têm como cerne da questão construir um futuro melhor, sobretudo, nas áreas de educação, saúde e infraestrutura.
A intenção do Codese é futuramente debater a proposta com os pré-candidatos. O objetivo é sensibilizá-los para que possam aderir as determinações advindas dos estudos do Conselho. “O trabalho não termina aqui. Isso é apenas o começo. A partir da eleição do prefeito, do entendimento e da aderência dele, esse conselho o acompanhará e compartilhará com a gestão o sucesso ou o fracasso. Queremos ser parceiros na gestão da cidade, que ela siga o rumo que a sociedade quer”, finaliza.
De acordo com Ioav, o Codese busca soluções sustentáveis e por isso estabelece prioridades. “Se tentarmos atender tudo ao mesmo tempo, não conseguiremos sair do papel”, afirma. Mas, segundo o presidente do SecoviGoiás, a discussão dessas 40 entidades e os candidatos a prefeito, a fim de conseguir políticas de Estado que melhorem a qualidade de vida, é positiva.
Modificar a infraestrutura de Goiânia é uma das propostas defendidas pelo Codese, uma vez que implica diretamente na qualidade de vida da população. Para Ioave, as questões de ordem ambiental devem ser discutidas e rediscutidas. “No que diz respeito ao desenvolvimento urbano, precisamos recordar o conceito de cidade”.
Nesse sentido, o Codese propõe mudanças no conceito de drenagem urbana. “Os alagamentos vêm do desleixo que temos com a drenagem urbana. Vários bairros da capital têm sistemas precários ou nenhum sistema de drenagem. Com isso, temos problemas de alagamentos, erosões e explosão de asfalto”, critica Ioav.
Para o presidente do SecoviGoiás é preciso que Goiânia tenha um sistema que favoreça as bacias de retenção e os fundos de vale. A valorização do crescimento e infraestrutura sustentável implica na economia da cidade. “Um dos objetivos do Codese é melhorar a renda das pessoas. Uma cidade com maior qualidade de vida oferece um mercado mais dinâmico e possante, o que favorece o mercado imobiliário”. .